sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Segurança humana e sustentabilidade: o respeito à dignidade da vida

Dr. Daisaku Ikeda e sua nova proposta de paz à ONU.


Sinopse


O economista indiano, Amartya Sen, renomado defensor das abordagens sobre segurança humana, tem enfatizado "os perigos da privação repentina". Tais ameaças imprevistas tomam forma como desastres naturais e conflitos, provenientes de crises econômicas ou da rápida degradação ambiental provocada pela mudança climática.


É crucial que respondamos com vigor a essas ameaças que podem prejudicar as pessoas, seus meios de subsistência e sua dignidade. 


É da natureza dos desastres aniquilar aquilo o que é mais precioso, necessário e insubstituível à vida humana. 
Quando ocorrem, a sociedade como um todo deve estar preparada para oferecer apoio de longo prazo, compartilhando a responsabilidade de ajudar as pessoas a reconstruir suas vidas.


O tratado de Nitiren Daishonin (1222-1282), intitulado Tese sobre o Estabelecimento do Ensino Correto para a Paz da Nação, fornece arcabouço útil para a compreensão do mundo contemporâneo. Três aspectos desse texto são especialmente relevantes à luz das atuais condições e dos imperativos de segurança humana: 1. posição filosófica de que a maior prioridade do Estado deve ser o bem-estar e a segurança das pessoas comuns; 2. uma chamada para o estabelecimento de uma visão de mundo enraizada em um sentimento vital de nossa interconexão; 3. a percepção de que o maior empoderamento é realizado quando, por meio do diálogo, avançamos a partir de uma preocupação compartilhada para uma ação ou juramento compartilhado.


O budismo ensina que, independente de nossas circunstâncias, sempre podemos manifestar a capacidade de ajudar aos demais, e também nos assegura que aqueles que mais sofrem têm o direito à maior felicidade.


Direitos humanos e sustentabilidade
Ao nos voltarmos para propostas específicas, três grandes desafios: desastres naturais; degradação ambiental e pobreza; e armas nucleares - presentearão as futuras gerações com ameaças e encargos que tendem somente a aumentar quanto mais demoramos em sua prevenção.
Um mundo que, recordando-se das lições do passado, não permite que gerações futuras herdem o legado negativo da história humana e direciona sua energia para transformar este testamento.


Redução do risco de desastres 
Precisamos criar uma cultura de direitos humanos que defenda a dignidade das pessoas atingidas por desastres, ameaças e injustiça social. Ao mesmo tempo é vital que seja conferido poder às pessoas (empoderamento) para transformar as próprias circunstâncias, e aqui será indispensável priorizar as mulheres. 


Priorizar as mulheres
As mulheres suportam um fardo desproporcional de privações resultantes das catástrofes, e elas são, muitas vezes expostas a ameaças mais graves. Ao mesmo tempo, há necessidade de se conferir maior reconhecimento à capacidade especial das mulheres em contribuir.
Elas devem ser habilitadas como efetivos agentes da mudança nas áreas de redução de risco de desastres, recuperação e reconstrução. Do mesmo modo, deve ser maior o reconhecimento de seus potenciais papéis na resolução e prevenção de conflitos e construção da paz.


Desenvolvimento sustentável   
O conjunto de metas comuns para um futuro sustentável deve herdar o espírito dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio de aliviar as distorções em nossa sociedade global, geradas pela pobreza e pelas disparidades de renda. E deve abordar, ainda, a gama completa de questões sobre segurança humana.
Energia sustentável também é uma questão-chave que temos de enfrentar.


Abolição das armas nucleares
Durante anos, a SGI (Soka Gakkai Internacional) tem promovido um movimento para manisfestar a vontade do povo e proibir a utilização das armas nucleares por meio da adoção de uma Convenção sore Armas Nucleares (NWC).
ONGs e governos interessados devem estabelecer um grupo de ação para embarcar neste empreendimento.


A batalha pela paz, assim como a batalha pelos direitos humanos e pela humanidade em si, deve se pensada como um trabalho para gerar um fluxo ininterrupto desse compromisso a ser transmitido de uma geração para outra.  


Essa é a Revolução Humana, edificação de uma sociedade de paz!




Fonte: Brasil Seikyo. 4 de fevereiro de 2012. Edição 2118

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